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GUSMAN & SCHÜLLER — Chegada ao Brasil

Atualizado: 11 de mar. de 2023

A data em que Miguel Gusman e Maria "Suíça" Schüller desembarcaram no Brasil é incerta. Possivelmente entre os anos 1845 e 1855.


A exemplo de milhares de alemães e outros europeus, Miguel Gusman e Maria Schüller deixaram o país de origem supostamente motivados pela consequência das guerras napoleônicas que arrasaram o país. Miguel e Marial teriam saído de Koblenz anos antes da unificação da Alemanha. Até hoje não se sabe se vieram juntos ou se conheceram-se em terras brasileiras.


A procedência mais provável de Maria Schüller é que tenha sido de Coblença (confluência dos rios Mosela e Reno. Depois de passar para a Prússia em 1815, Koblenz foi a capital (1824 a 1945) da província do Reno prussiano. Há um pequeno vilarejo que leva o mesmo nome na cidade de Hoyerswerda, localizada em Dresden, na Saxônia. O que se sabe é que a região portuária de Bremen era na época um dos principais pontos de embarque para as Américas, mas Miguel e/ou Maria podem ter embarcado também do porto de Hamburgo.


Os anos entre 1840 e 1850 foram marcados por forte opressão política e constrangimentos econômicos com futuro incerto em virtude de movimentos revolucionários. Estados germânicos não se adaptavam às transformações que se anunciavam no período que ameaçava a perda de propriedades e identidade profissional. Muitos desses emigrantes de classe média tentavam se manter fiéis à valores anticapitalistas, Eram proprietários de lojas, pequenos artesãos e camponeses.


As indústrias estavam paradas por toda a Alemanha, a população endividada e muitos operários talentosos desempregados. Era um período em que a imigração se intensificava no Brasil e Estados Unidos. Grande parte dos alemães optara por emigrar para as Américas em busca de novos horizontes.

“O Império brasileiro mantinha uma política de incentivo para a criação de colônias em terras para cultivo e entregues aos imigrantes.”

O Rio Grande do Sul recebeu a maior parte dos imigrantes alemães, seguido de Santa Catarina. Os estados do Paraná, São Paulo e Espírito Santo também receberam uma porcentagem menor destes imigrantes, mas não menos significativa. Contigentes ainda menores foram recebidos em Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Colonos Alemães a caminho de Juiz de Fora.
Colonos Alemães a caminho de Juiz de Fora.

Muitos alemães estavam dispostos a se submeter a um regime de trabalho duro por cultivarem a esperança de progresso. Boa parte desses imigrantes perdeu suas vidas ao enfrentar longas e difíceis viagens sob clima adverso em busca de terras. A presença alemã em cidades como Juiz de Fora e Petrópolis se faz importante para nossa pesquisa. A partir de 1845 prosperava em Petrópolis uma colônia de dezenas de alemães, motivados pela idéia de atrair mão-de-obra especializada alemã para a construção de estradas no Brasil.


Nos assentos da Paróquia São Paulo de Muriahe, há o registro de casamento de Miguel da Silva Gusman e Maria Schüller em 23 de fevereiro de 1857. (Veja também outros registros na página "Manuscritos da Matriz S. Paulo de Muriaé (Parte I) - Os laços Schüller, Gusman, Arreguy e Hastenreiter".


Os Gusman & Schüller ja viviam no Brasil há pelo menos uma década quando em 1864 teve início a Guerra da Tríplice Alianca. Argentina, Brasil e Uruguai lutaram juntos contra o Paraguai até o término da guerra em 1870, no que é considerado o mais sangrento capítulo da história latino-americana.


Miguel Gusman teria integrado a "Bateria Alemã", composta por imigrantes recrutados pelo Governo brasileiro, seguindo para o Sul do Brasil. Possivelmente como "Voluntário da Pátria" em troca de prometidas gratificações salariais, pensões, preferência em empregos públicos e terras. Quando entrou e voltou da guerra não temos confirmação, mas possivelmente no primeiro período (final de 1864 a meados de 1866).

Este obscuro capítulo da história e a participação dos voluntários alemães são contados no livro Alemães e descendentes do Rio Grande do Sul na Guerra do Paraguai, de Klaus Becker. (1968)

A bandeira do Brasil Imperial tremula na cidade paraguaia de Humaitá, ao fundo podemos ver mastros de navios de guerra ancorados no Rio Paraguai,1868.
Cidade paraguaia de Humaitá, navios de guerra ancorados no Rio Paraguai,1868

Finda a guerra e então considerado um "veterano", Miguel seguiu para Miracema, no estado do Rio de Janeiro, onde fixou residência e, mais tarde, desceu até o distrito de São Paulo do Muriahé, pertencente a São João Batista do Presídio (atual Visconde do Rio Branco) e subordinado a Santa Rita do Glória (atual município de Miradouro).


Ao final do século XIX houve grande progresso em Muriaé, como a inauguração da Estação da Estrada de Ferro Leopoldina que ligaria, diariamente, Muriaé à então Capital da República (Rio de Janeiro). Muitos dos descendentes de Miguel e Maria vivem na cidade, sendo o mais forte indício das raízes da família no Brasil.


Na metade do século XIX havia em Muriaé uma pequena colônia alemã dedicada a agropecuária, comércio e prestação de serviços. A família Gusman teria se estabelecido na região da Gameleira.


Muriaé era também uma importante produtora de café. Os coronéis, proprietários de grandes fazendas representavam a elite econômica da região com forte influência política no país. Um dos filhos do casal, o coronel Adolpho Gusman (1856-1930), passou a vida na cidade, dedicando-se à atividade agrícola (principalmente café e cana de açúcar em grande escala).



É importante ressaltar que outro livro, Imigrantes alemães. 1824-1853 de Gilson Justino da Rosa

identifica o sobrenome SCHÜLLER entre as 250 páginas do manuscrito deixado pelo Dr. Daniel Hillebrand, O livro transcreve o códice C-333, que contém os registros de entrada dos imigrantes no período de 1824 a 1853.

Os imigrantes desse período estão catalogados em ordem cronológica de chegada, perfazendo um total de 7.465 imigrantes.

Na lista de passageiros aparece o nome de MARIA CATHARINA SCHÜLER, que teria desembarcado no Brasil com os pais e irmãos, porém os dados não correspondem aos registros que conseguimos até aqui.


os nomes de Catharina CHULER e José (Joseph Etienne) ARREGUY constam como padrinhos de João Gusman e (18/12/1858), e os nomes de “Antonio (B.) e Margarida CHULER como padrinhos de Miguel Gusman (05/01/1861).


Catharina Schüller que consta dos arquivos do Codice C-333 possivelmente seja a irmã de Maria Schüller e até a atualização deste post (setembro de 2022) não foi possível confirmar a informação.


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Leia também sobre os filhos de Miguel GUSMAN & Maria "Suíça" Schüller

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